28/07/09

Tecnicamente de férias - Olhando o mar, sonho sem ter de quê

O titulo deste post diz quase tudo, teoricamente estou de férias, mas na realidade há muito trabalhinho a fazer… terminei o curso mas há a parte de investigação para continuar. Digamos que já nem sei estar de férias, há sempre tanta coisa a fazer e a tratar que fico stressada quando estou sem fazer nada…
Mas bem, é tempo de mudança, vivo agora uma situação de escolhas e caminhos a seguir, tudo está dependente de uma candidatura – continuação dos estudos para um patamar superior, ou trabalho no sector privado. A ver vamos como vai correr, há escolhas que gostava de direccionar independentemente do que me reserva o futuro profissionalmente. Para quê uma realização profissional se não o somos a nível pessoal? Mais cedo ou mais tarde a vida mostra-nos que existem valores mais importantes do que aqueles que uma boa carreira nos poderá proporcional, por vezes não lhes damos atenção, distraímo-nos por causa do trabalho… quando acordamos, quando sentimos que há um vazio nas nossas vidas, já não temos o que tanto amamos… será tarde demais? Miss you =S
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Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?
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Ver claro! Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.
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As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, 'star em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há pouco ou não há o mesmo resta.
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Se tive amores? Já não sei se os tive.
Quem ontem fui já hoje em mim não vive.
Bebe, que tudo é líquido e embriaga,
E a vida morre enquanto o ser revive.
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Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser
Motivos coloridos de morrer?
Mas colhe rosas. Porque não colhê-las
Se te agrada e tudo é deixar de o haver?
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Fernando Pessoa

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